Médicos contam a rotina de atendimentos nos hospitais municipais de Nova Iguaçu

Uns têm mais experiência na carreira, outros começaram a trilhar o caminho da medicina. Eles trabalham salvando vidas de pacientes, ajudam a trazer novos iguaçuanos ao mundo e buscam uma especialização. Todos têm a mesma motivação: cuidar das pessoas. Em 18 de outubro é celebrado o Dia do Médico, data marcada para homenagear e agradecer a estes heróis da saúde por todo o esforço e dedicação, principalmente nesta pandemia do coronavírus, que continua marcando inúmeras famílias. Médicos do Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) e da Maternidade Mariana Bulhões contam a intensa rotina envolvendo as duas principais unidades hospitalares da Baixada Fluminense.

Embora seja um hospital com perfil de trauma, o HGNI precisou se readequar devido a pandemia. Uma das pessoas que participou dessas mudanças foi o médico infectologista Roberto Falci, de 42 anos, que coordena os setores da Covid-19 e também o Centro de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Assim como ele, outros médicos precisaram se preparar para atender o até então desconhecido coronavírus e isso foi um dos grandes desafios.

“A rotina ficou bastante diferente do que a gente já vivia. Passamos dois anos complicados, sendo que o primeiro foi muito complexo, com o surgimento dos casos. Isso certamente foi uma grande mudança nas vidas de toda a equipe do hospital que não mediu esforços todos os dias para salvar as pessoas”, relembra Roberto.

Atualmente, o coordenador da CCIH continua responsável pelos setores de Covid-19, mas com a diminuição de atendimentos e internações, que ele atribui a vacinação da população, o médico também acompanha casos de tuberculose e pacientes com outras doenças.

Já na Maternidade Mariana Bulhões, uma das únicas na região a atender gestantes de média e alta complexidade, a rotina também é de muito trabalho. A ginecologista e obstetra Carla Antunes, de 49 anos, faz parte da equipe que acompanha diariamente às pacientes da unidade.

“Faço visita ao lado dos outros médicos às pacientes internadas, discutimos casos clínicos e o que vai ser feito com as pacientes. Quando há cirurgias complexas, eu participo. Gosto muito de operar e de estar aqui”, conta a médica.

Carla atua na Maternidade Mariana Bulhões há quatro anos e já viu inúmeros casos que chamaram a atenção. A violência contra a mulher é algo que a marcou.

“Na maternidade recebemos algumas mulheres vítimas da violência que acabam gestantes. É sempre muito difícil, mas buscamos ajudar conforme o direito da mulher em se defender e escolher o melhor para si”, ressalta.

O Secretário Municipal de Saúde e médico, Luiz Carlos Cavalcanti, agradeceu pela equipe de médicos das unidades de saúde de Nova Iguaçu.

“Da atenção básica às unidades de urgência e emergência, muito obrigado aos médicos pelo papel que desempenham, garantindo uma assistência qualificada para a população”, destaca.

Residentes relembram momentos marcantes

A médica Amália Maria de Oliveira, de 38 anos, passou por uma verdadeira mudança em sua carreira. Formada desde 2011, atuou por sete anos dentro do CTI de unidades particulares no Rio, mas decidiu ser cirurgiã. Largou os empregos anteriores, fez a prova do programa de residência médica e ingressou para especialização em cirurgia geral no HGNI. Por causa da nova realidade profissional, chegou a dormir no quarto de descanso dos residentes por dois meses. Se ela se arrepende? “Não”, diz a cirurgiã.

“Na cirurgia geral é diferente. Operamos o paciente, fazemos pós-operatório e acompanhamos até ele ter alta. Isso é muito gratificante, tanto que nessa trajetória de quase 11 anos como médica eu nunca fui tão bem acolhida pelos meus pacientes. Não poderia ter escolhido lugar melhor para fazer o que eu faço”, explica ela, que está em seu segundo ano de residência médica.

O médico Rodrigo Deslandes, de 33 anos, também têm experiência em CTI, mas decidiu se especializar em ortopedia, onde, segundo ele, os diagnósticos são mais precisos e 90% deles feitos na hora. O residente, que optou concorrer por uma vaga no HGNI por indicação de um colega de trabalho, revelou que a unidade é uma grande escola pela possibilidade de aprendizado.

“A vantagem da residência aqui é ter acesso a um serviço de grande porte e com muitos casos. O atendimento de ortopedia do HGNI é um dos maiores do estado. Você consegue ver um volume de fraturas que em muitos outros hospitais não conseguiria ver. Esse alto fluxo ajuda, pois quanto mais casos diferentes, mais experiência eu vou adquirir durante minha formação”, conclui.

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