Nova Iguaçu desenvolve projeto contra o racismo e intolerância religiosa nas escolas municipais

Promover o combate ao racismo e a intolerância religiosa tem sido uma das propostas trabalhadas dentro das escolas da rede municipal de Nova Iguaçu. As 141 escolas municipais estão participando do projeto ‘Minha Escola Contra o Racismo’ – Menos Intolerância, mais respeito à diversidade’. Foram feitos trabalhos lúdicos, debates e atividades com alunos, diretores e professores, voltados à conscientização contra o preconceito, que estão sendo apresentados ao longo do ano.
Do total das escolas participantes, 11 foram escolhidas para representar toda a rede de ensino e apresentarem seus projetos em exposições realizadas nesta sexta-feira (22), na Casa de Cultura da cidade.

Alunos do Ensino Fundamental I desenvolveram trabalhos sobre africanidade e indígenas brasileiros, enquanto os estudantes do Fundamental II fizeram trabalhos sobre a intolerância religiosa. O projeto valoriza a cultura negra e seus afrodescendentes na escola e fora dela, promovendo a reflexão e o resgate da identidade negra, incentivando o posicionamento crítico construtivo para reconhecer e valorizar a diversidade cultural do país, além de estimular o respeito aos direitos humanos e a exclusão de qualquer tipo de discriminação.

“O objetivo é desenvolver atividades para que a comunidade escolar discuta sobre o tema e trabalhe o assunto de uma forma que tenhamos menos intolerância e mais respeito à diversidade. O trabalho ganhou um foco maior no segundo semestre, culminando no dia de hoje. Temos desenvolvido trabalhos de maneira lúdica e com literatura para combater o racismo nas escolas, assim como a intolerância religiosa”, comentou a secretária de Educação, Maria Virgínia Andrade.
Durante a exibição dos trabalhos na Casa de Cultura, o professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Nova Iguaçu, Renato Nogueira palestrou sobre os temas.

“Precisamos que as pessoas respeitem às diferenças um dos outros e se crie mais políticas públicas como esta para incentivar as práticas anti-racistas”, lembrou.
Em algumas das escolas foi feito artesanato inspirados na cultura indígena e africana, como cestos para coar líquidos, para peneirar farinha, cestos cargueiros, entre outros. A Escola Municipal Márcio Caulino Soares (Austin), por exemplo, fez uma maquete sobre diversas religiões e a E.M. Ayrton Senna (Parque Flora) elaborou a temática: Nossa História em Cores, com imagens de personalidades negras, como Zumbi dos Palmares, Dandara (guerreira negra do período colonial do Brasil), Aleijadinho, Pixinguinha e Machado de Assis.

“Trabalhar o tema de combate ao racismo e intolerância religiosa é umas das nossas prioridades. A escola é para todos. Só assim tornamos pessoas mais livres e mais felizes. Essa educação deve começar da base, com crianças bem pequenas”, afirmou o vice-prefeito de Nova Iguaçu, Carlos Ferreira, o Ferreirinha.
Diretora da Escola Municipal Padre Agostinho Preto, no bairro Califórnia, Monique Borba, contou que as atividades desenvolvidas pelos 320 alunos da unidade em sala de aula já mostraram resultados significativos.

“O resgate desta cultura fez os alunos se aproximarem mais de outras crianças e os casos de racismo na escola diminuíram. Até as brincadeiras com os colegas sobre sua cor de pele reduziram, assim como o bullying. Eles se tornam multiplicadores e levamos os ensinamentos para dentro de casa. Vai além dos muros da escola. Nossos alunos fizeram painéis com pesquisas sobre os temas e materiais feitos com reciclagens, como bonequinhos africanos e pinturas de trabalho”, comentou.

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