Crianças internadas no HGNI mantém rotina de estudos

Apesar de conviver em um ambiente hospitalar há quase duas semanas, a rotina escolar de Kamille Vitoria Jesus, de 10 anos, não sofreu grandes alterações. Internada no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) desde o dia 30 de julho para tratar de uma celulite facial, a menina é uma das primeiras a entrar na sala de aula da Classe Hospitalar. Ela faz pinturas, atividades lúdicas, se diverte com outras crianças e, principalmente, mantém os estudos em dia, como se estivesse em sua escola. Para Adriana Santana, de 35 anos, mãe de Kamille, saber que a filha e outros pacientes mantêm os estudos em dia durante a internação é impressionante.

“Todos os dias, quando acorda, ela me pede para vir para a escolinha. Ela está sempre conversando sobre a aula e procurando as atividades. É incrível ter essa escola dentro do hospital e o trabalho é feito com amor e dedicação”, afirma Adriana. Continuar estudando aproxima Kamille do seu grande sonho. “Quando crescer eu quero ser médica”, conta a menina, que está no 3° ano do Ensino Fundamental na Escola Municipal Carlos Pereira Neto, em Queimados.
A Classe Hospitalar do HGNI completou 13 anos neste domingo (11), Dia do Estudante. O principal objetivo do projeto é manter o vínculo escolar da criança mesmo durante a internação. Em média 80 pacientes entre 3 e 12 anos são atendidos por mês, cerca de 40% deles são moradores de outros municípios. Crianças de 0 a 3 anos também recebem atenção com atividades lúdicas. O projeto é uma ação integrada entre as secretarias de Educação (SEMED) e Saúde (SEMUS) de Nova Iguaçu.
“A criança sofre um trauma gigantesco quando precisa de internação, que é ficar afastada do seu convívio. Um deles é a escola. As atividades oferecidas pela Classe aproximam essa criança do ambiente que vive regularmente. Estimula ela a estudar mesmo enquanto se recupera de uma doença”, explica o diretor geral do HGNI, Joé Sestello, que reforça a importância do acolhimento humanizado para a recuperação do paciente. “O atendimento com a professora é uma necessidade extrema de humanização e carinho para a criança melhor prosperar no atendimento”, completa.

O trabalho é realizado dentro do horário escolar. As professoras circulam pelas enfermarias pediátricas apresentando a Classe. Elas verificam com a equipe médica o estado de saúde de cada paciente e dessa forma preparam as atividades pedagógicas. Os atendimentos acontecem na própria sala de aula ou no leito. Um relatório de avaliação geral das atividades e dificuldades do aluno é criado pelas professoras e entregue à família do paciente e a Semed, que encaminha ao colégio ou à secretaria de educação do município que a criança reside.

“O relatório acompanha todo o processo de aprendizagem e funciona como orientação sobre a criança. Vamos pontuando nossas percepções, dificuldades e avanços. O paciente recebendo alta hospitalar leva os documentos da Classe com todas as atividades realizadas no hospital”, explica a professora Rosemary Mello. “A parceria com as escolas é um processo muito importante para o aluno/paciente, pois quando retornar ao seu colégio estará familiarizado com o conteúdo que já foi passado em sala”, reforça a professora Mônica Santos.

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