Em Nova Iguaçu, bitucas de cigarros passam de vilã do meio ambiente para matéria-prima para artistas e secretarias municipais

Uma bituca de cigarro estraga o meio ambiente, muitas bitucas estragam muito mais. Para dar um destino produtivo para esse resíduo tóxico, formado por papel, filtro (composto de acetato de celulose), cinzas, restos de tabaco, entre outros, a Prefeitura de Nova Iguaçu tem uma parceria com a empresa Poiato Recicla para transformar esse lixo em matéria-prima para artesãos e secretarias municipais.

Responsável pelo programa na cidade, a Empresa Municipal de Limpeza Urbana de Nova Iguaçu (Emlurb) já coletou e reciclou, entre novembro de 2019 e agosto deste ano, mais de 275 mil bitucas de cigarros em Nova Iguaçu. Para recolher as bitucas, foram instalados 50 coletores no município, principalmente em pontos de grande circulação, como o Calçadão, a Praça Rui Barbosa e a Rua Getúlio Vargas, todas no Centro.

A Emlurb pretende, para o início do próximo ano, repassar a massa reciclada para as secretarias de Assistência Social (SEMAS) e de Educação (SEMED) de Nova Iguaçu, para que artesãos usem a matéria-prima para produzir artesanato. A SEMAS já adiantou que vai usar o material nas dez unidades dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS). Já a SEMED nas escolas.

Um dos bloquinhos fabricados com a reciclagem, por exemplo, tem em sua composição aproximadamente 15 bitucas, o lixo mais comum encontrado no meio ambiente. Além de tóxica, pode levar até 15 anos para se decompor. Com o material, que pode ser tingido, não tem cheiro e não contamina, pode ser feito arranjo de flor, porta guardanapo, buquê de noiva, entre outros produtos.

“O projeto está dando certo e queremos aumentar o número de coletores na cidade, chegando aos grandes centros, como Comendador Soares, Miguel Couto, Austin e Cabuçu. Estamos contribuindo com a preservação do meio ambiente e esse material pode ser útil no artesanato. No Rio, só Nova Iguaçu tem essa parceria”, comemorou o presidente da Emlurb, Alexander Bento Rezende.

Fumante há 30 anos, o português Emanuel Jorge Fernandes da Silva, de 46 anos, frisou a importância da reciclagem da bituca do cigarro.
“Com os coletores e a reciclagem, o meio ambiente sofre menos impacto. Evito jogar a bituca no chão. Infelizmente sou viciado em fumar”, lembrou ele.

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