Maternidade Mariana Bulhões debate prematuridade

O sonho de ser mãe se tornou realidade para Milena Silva, de 30 anos, em dobro quando ela descobriu que havia engravidado de gêmeos. A chegada dos pequenos Valentino e Augusto, que estava programada para o fim de dezembro, porém foi antecipada para 12 de novembro, trazendo apreensão para Milena.  Desde então, sua rotina tem sido visitar os filhos todos os dias na UTI Neonatal da Maternidade Mariana Bulhões, em Nova Iguaçu.

“Fiz um exame que revelou que o Augusto estava em sofrimento fetal, recebendo poucos nutrientes, pois os gêmeos dividiam a mesma placenta. Os médicos temiam que o coração dele fosse parar, por isso anteciparam o parto”, contou ela.  Nesta sexta-feira (23) Milena participou na Mariana Bulhões de um reencontro entre pais e profissionais que cuidaram dos bebês durante os dias de internação. O ato faz parte das atividades realizadas pela maternidade, de conscientização sobre o problema da prematuridade.

Pais e profissionais de saúde compartilharam histórias, relembraram momentos difíceis e deram apoio às mães que estão com o filho prematuro internado na UTI Neonatal.  “A maternidade busca fazer essa interação entre mãe, bebê e família, com o intuito de acolher da melhor forma possível a todos, tanto em momentos complicados como de grande felicidade. A gente fica muito feliz de ver os prematuros evoluindo bem, ficando saudáveis, pois daqui a pouco estarão prontos para receber alta e conhecer sua nova casa”, destacou a superintendente de enfermagem, Vanda Regina Tatagiba.

Por mês, a Maternidade Mariana Bulhões realiza cerca de 800 partos, e pelo menos 10% destes bebês vem ao mundo antes de completar as 37 semanas de idade gestacional e pesando menos de dois quilos, fatores que o identificam como prematuro. Isso pode acontecer por problemas maternos ou com o próprio feto. Esse foi o caso de Ana Paula Silva, de 40 anos, que na primeira gestação teve uma filha que nasceu prematura, mas não sobreviveu. Um ano depois, ela engravidou e um novo problema durante a gravidez trouxe o pequeno Gabriel ao mundo mais cedo, com apenas 27 semanas e pesando 880 gramas. Emocionada, ela relembrou os dias difíceis.

“Quando esse dia chegou, passou um filme na minha cabeça sobre a primeira vez. Depois que ele nasceu, foi direto para a UTI Neonatal, passou por algumas complicações, chegou a sofrer uma parada respiratória, e quando eu soube, fiquei desesperada, achei que meu filho fosse morrer! Mas graças a Deus e a equipe médica, correu tudo bem e o meu bebê hoje está nos meus braços”, relembrou.

A coordenadora da UTI Neonatal, Delbra da Costa Santos, reforça que nem sempre é possível evitar a prematuridade, mas alguns fatores influenciam no nascimento precoce dos bebês, principalmente a falta de um pré-natal adequado. Ainda segundo ela, a grande dificuldade do prematuro vem após o parto, pois ele ainda não tem as defesas formadas.

“Por serem muito pequenos, alguns prematuros ainda não conseguem sugar o leite materno, que aumenta a imunidade do bebê. Então ele corre grandes riscos de infecções e fica na UTI Neonatal para tratamento intensivo, onde o prematuro pode ficar internado por meses, recebendo os cuidados adequados”, concluiu.

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