Ribeirinhos do Rio Botas escolhem apartamentos na Cerâmica

Mais 237 famílias que residem às margens do Rio Botas, em Nova Iguaçu, deram mais um passo importante para adquirirem novas casas, longe de enchentes. Elas participaram nesta segunda-feira (10) de uma reunião de esclarecimento e escolha das unidades habitacionais do Residencial Santo Antônio, no bairro da Cerâmica. A medida é parte do projeto de revitalização do Rio Botas, que terá sua calha alargada de sete para 14 metros e a profundidade duplicada, de um metro e meio para três, para evitar alagamentos em cerca de 10 bairros. Mais de 100 mil pessoas serão beneficiadas.

Ao todo, o Residencial Santo Antônio tem 288 apartamentos, divididos em 18 blocos de quatro andares. São quatro apartamentos por andar, todos no padrão Minha Casa Minha Vida. Os 51 restantes estão em processo de análise de pendências da documentação dos futuros moradores. A entrega das chaves está prevista para o início do ano que vem. Outras 172 famílias, que também moravam às margens do rio Botas, já mudaram para o Condomínio José Maria Pittela, localizado ao lado Santo Antônio.

“Ao todo 560 famílias que vivem em área de inundações serão reassentadas: 272 no Maria Pitella e 288 no Santo Antônio. Estamos adiantando esse processo até mesmo para fazer que os faltosos acelerem o processo de complementação de dados. O próximo passo é a assinatura de contratos, que deve acontecer ainda este ano”, afirmou a subsecretária de Habitação de Nova Iguaçu, Luisa Ribeiro.

Ela lembrou que o local onde está instalado o Residencial Santo Antônio é próximo de comércio, escolas e da Rodovia Presidente Dutra. Representantes da Secretaria Municipal de Educação participaram da reunião, colhendo dados das famílias com crianças e verificar a necessidade de vagas em escolas nas proximidades do Condomínio. A ideia é que os estudantes sejam matriculados nas escolas mais próximas de casa no próximo ano.

O casal Wellington Barbosa de Oliveira Vecislau, de 25 anos e Patrícia Ketlen Gomes Ribeiro, 23, acompanhados do filho Gohan, de 1 ano, sofriam com as enchentes do Rio Botas, em Comendador Soares há dois anos. “Minha avó perdeu muitos móveis e fica apreensiva com as enchentes. Graças a Deus não perdi nada, mas via a tristeza nos olhos das pessoas. Saio de casa preocupado com minha esposa, pois não sei se nossa casa será alagada. Agora será vida nova. Aqui na Cerâmica tem um bom transporte coletivo e escola para meu filho estudar em breve. Esse condomínio foi amor à primeira vista. Quero vir morar logo aqui”, disse Wellington, que trabalha como tatuador no Centro de Nova Iguaçu.

A manicure Vanuse Rocha de Souza, 29 anos, não vê a hora de morar com os cinco filhos no Residencial Santo Antônio. Ela aproveitou para cadastrar três dos filhos para buscarem vaga em escolas próximas da nova casa. “Quero deixar pra trás o passado de sofrimentos com enchentes. Perdi geladeira, máquina de lavar e roupas na enchente. Não dormia durante a madrugada, pois temia que a água entrasse em casa. Como trabalho de manicure, vou tentar ganhar uma renda extra aqui fazendo a unha das moradoras deste condomínio. Vou ser feliz neste no lugar”, disse ela, ansiosa.

Os apartamentos não podem ser alugados, vendidos ou transformados em comércio. Três por cento das unidades são para deficientes físicos, cadeirantes e idosos que tiveram prioridade na escolha dos imóveis.

 

 

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