Aula de defesa pessoal, maquiagem e zumba em comemoração ao Dia da Mulher

Garantir que cada vez mais mulheres se sintam seguras para denunciar casos de agressão e recebam ajuda qualificada, como aprender técnicas de defesa pessoal. Esse foi um dos principais objetivos do primeiro dia de programação do ‘Dia D Mulher’, realizado nesta terça-feira (12) pela Coordenadoria de Políticas para Mulheres de Nova Iguaçu. Ainda houve aulão de zumba, palestra sobre autoestima feminina e oficinas de automaquiagem. Nesta quarta, às 10h, acontece uma palestra sobre a violência contra a mulher, na Clínica da Família de Geneciano.

“Foi um dia maravilhoso e aprendi técnicas de defesa pessoal. Achei bom pois o feminicídio tem crescido de forma assustadora. Já sofri agressão física pelo meu ex-marido. Para mim é fundamental aprender um pouco a me defender, pois não quero passar por isso novamente. Sofria agressões físicas e psicológicas”, comentou a dona de casa Kellen da Paz, de 31 anos, que além da aula de defesa pessoa ainda participou da oficina de maquiagem, palestra, aula de zumba e ganhou um brinde de hidratante da empresa parceira do evento com a Coordenadoria de Políticas para Mulheres.

Outra que participou da aula de defesa pessoal e de outras atividades foi a auxiliar de serviços gerais Sara Rejane de Lima, 22. Ela rejeita o rótulo que mulher é vista como frágil. “A mulher é vista como alvo fácil de bandidos. Esta aula nos permite ver a vida de outra forma. Podemos nos defender um pouco melhor nas ruas e não só dentro de casa. Mas é importante frisar que nunca se deve reagir a um assalto”, afirmou ela.

As aulas foram ministradas pelo professor em artes marciais (Kung Fu, Karatê, Jiu Jitsu e Capoeira) Carlos Teodoro, o mestre Dentinho. Ele é o fundador do Reage Maria, programa social de defesa pessoal para mulheres e que combate o feminicídio, e instrutor da Academia de Polícia Civil do Rio. “Ensinamos a mulher a se defender de um estrangulamento e a se levantar de forma correta do chão quando ela é derrubada para ser atacada. O agressor sempre tenta desmoralizar antes de matar. Ela precisa saber como se defender dentro de casa. Muitas das agressões acontecem de madrugada, com som alto para dificultar que alguém ouça. Elas aprendem a desarmar o agressor, que pode usar uma faca e até mesmo um soquete de alho. É uma forma de sobrevivência”, explicou o professor, que dá aula gratuita em Austin para 145 mulheres.

O feminicídio se configura quando é comprovada as causas do assassinato, devendo este ser exclusivamente por questões de gênero, ou seja, quando uma mulher é morta simplesmente por ser mulher. Miriam Magali, da Coordenadoria de Políticas para Mulheres de Nova Iguaçu, frisou que o mês de março é importante para a mulher lutar por seus direitos e que ela precisa aprender a se defender dentro de casa até mesmo quando as agressões começam com um xingamento.
“A mulher precisa gritar, marcar presença e mostrar nossa voz. Normalmente as agressões acontecem quando a mulher está desprevenida. A mulher que for vítima de cárcere privado tem que denunciar. É ali que começa a agressão, que não é só um tapa no rosto. A violência psicológica acaba sendo uma das principais torturas”, explicou Miriam Magali.

No dia 14, às 10h, haverá uma palestra sobre a violência contra a mulher na Escola Municipal Leonel de Moura Brizola, em Austin. Já no dia 20, às 9h, a palestra será na Unidade Básica de Saúde Paul Harris, em Jardim Carioca, e, às 18h, com o tema: ‘Violência Doméstica e Lei Maria da Penha’, no auditório do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Nova Iguaçu (Previni). Já no dia 26, às 10h, acontece um debate na Rádio Tropical e uma palestra às 13h30, no Cras Cerâmica, com o tema: ‘Igualdade de Gênero e Violência contra a Mulher’. No dia 29, quando se encerra a programação, haverá uma palestra sobre o feminicídio, às 14h, no Cras Marambaia.

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