Oficina de língua japonesa gratuita em Nova Iguaçu

Sayounara, Wakarimashita, Arigatou, Gomennasai, Hai, Moshikashitara. Palavras do vocabulário japonês passaram a fazer parte do dia a dia de pelo menos 40 moradores de Nova Iguaçu, participantes da oficina de língua japonesa, oferecida gratuitamente pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Assistência Social. As aulas são realizadas no Espaço Municipal da Terceira Idade (Esmuti) e no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS – Centro). No Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (Criaad), que faz parte do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) também há oficina de Mangá (história em quadrinhos feita no estilo japonês) para cerca de 100 adolescentes internados na unidade.

“Estamos promovendo acesso a diferentes culturas para nossos idosos e outras pessoas, proporcionando momentos de integração, aprendizagem e reflexão”, afirma a secretária de Assistência Social, Elaine Medeiros.

Professor de língua japonesa há cinco anos e formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj), Jeferson Pereira Coutinho, 38, escolheu o idioma por ser fã de séries, desenhos, filmes e novelas do país asiático oriental, que possui a décima maior população do mundo, com cerca de 128 milhões de habitantes.
“Meu pai era instrutor de karatê e passei a pegar gosto pelas artes marciais japonesas. As histórias em quadrinhos (mangais) também são uma das minhas paixões. Levo para dentro da sala de aula toda a cultura japonesa. Para falar bem é preciso pelo menos dois anos de curso, mas quero passar ao máximo meu conhecimento e amor por aquele país”, conta Jeferson. As aulas ministradas no Cras Centro e no Esmuti são bem dinâmicas. Além de escrever e falar japonês, os alunos também aprendem o Kandir (escrita chinesa).

“Aqui eles ainda aprendem músicas e danças japonesas. É uma oficina bem divertida, que trabalha a neuroplasticidade do aluno, a criatividade, integração das pessoas e faz bem à saúde. Língua e cultura andam de mãos dadas”, comenta o professor.

Moradora de Cabuçu, a paulistana Aurora Suzuki Costa é filha de japoneses, mas só agora, aos 74 anos de vida, começou a aprender o idioma de sua família. Ela, que sofre de Parkinson e Alzheimer, garante que a oficina está sendo benéfica para sua saúde.

“Era a única da família de seis irmãos que não sabia falar ou escrever em japonês. Meus pais vieram para o Brasil após a guerra mundial que envolveu o Japão, na década de 40. E eu não conhecia a cultura japonesa. Me sinto um pouco oriental agora. As aulas são tão boas, que às vezes esqueço que estou doente. Mexe com minha autoestima”, afirma a idosa, que é casada com um brasileiro e tem quatro filhos.

Matriculada na oficina no Esmuti há seis meses, onde também participa das aulas de hidroginástica e alongamento, a costureira Berenice Rocha de Jesus, 74, quer se tornar poliglota. “Também participo de aulas de inglês, mas além do japonês, ainda quero aprender o espanhol. Esse é o meu próximo desafio. Já aprendi a dar um bom dia, boa tarde e me apresentar. Quando participo da oficina, parece que faço uma viagem até o Japão”, conta a moradora do bairro Jardim Canaã.

No CRAS Centro, onde há dez alunos participantes da oficina, o estudante Lucas Miguel Brandão da Silva, 21, que sonha ser um grande historiador, saiu de sua primeira aula com um objetivo: se mudar para o Japão. “Quero trabalhar lá, conhecer esse país que já sou apaixonada. Inclusive, meu tema de monografia é o cristianismo no Japão. Aprendi a gostar do idioma desde pequeno, pois sou fã de games e filmes de samurai”, conta o jovem.
No Esmuti, as aulas acontecem às quartas e sextas-feiras, de 9h às 10h, e no CRAS Centro, nos mesmos dias, das 15h às 16h. Já no Criaad todas as quintas-feiras.

 

loker situbondo https://suaralama.info/