“Fiz uma prova de matemática na escola e tirei nota 3. Quando contei para o meu pai, ele ficou muito triste comigo. Então decidi estudar muito para a Olimpíada de Matemática, não para ganhar medalha e troféu, mas porquê eu queria que ele ficasse feliz e orgulhoso de mim”. O depoimento é de Rebecca Victória Gomes da Silva Fonseca, 10 anos, aluna do 5º ano da E. M. Menino de Deus. Ela acertou 19 das 20 questões propostas pela Olimpíada Municipal de Matemática e ficou em primeiro lugar na competição que reuniu mais de 16 mil crianças do 4º e 5º ano de 118 escolas municipais de Nova Iguaçu.

No sábado (22), ela e mais 83 crianças foram premiados pelo desempenho obtido na olimpíada promovida em agosto pela Prefeitura de Nova Iguaçu, por meio da Secretaria de Educação (SEMED) e da Fundação Educacional e Cultural de Nova Iguaçu (Fenig), em parceria com o Instituto de Matemática Pura Aplicada (Impa). Além de Rebecca, outras duas estudantes foram premiadas com a medalha dourada. Trinta e dois ficaram com a prata e 49 ganharam o bronze. Além dos estudantes, também houve premiação para o corpo docente das escolas participantes. Os professores receberam certificados e os diretores foram agraciados com os chamados Kits Matemáticos, compostos por jogos que utilizam a matemática e o raciocínio lógico, para serem utilizados nas escolas.

Nova Iguaçu foi a primeira cidade do Brasil a promover a Olimpíada de Matemática para estudantes do 4º e do 5º ano, e será usada como modelo pelo Impa. “É uma honra muito grande sermos pioneiros nesta Olimpíada para este segmento. A competição foi um sucesso e devemos isso ao empenho dos professores e diretores das escolas, da Secretaria de Educação, da Fenig e também do Impa, que no dia 30 de outubro irá realizar pela primeira vez a Olimpíada Nacional de Matemática para crianças do 4º e 5º anos”, comemora o prefeito Rogerio Lisboa.

A secretária de Educação Maria Virgínia Andrade Rocha fez questão de parabenizar não só os 84 alunos premiados neste sábado, mas os 16.231 participantes. “Todos os estudantes que fizeram a prova receberam medalhas pela participação. Aqueles que não obtiveram nota suficiente para serem premiados com as medalhas de ouro, prata e bronze não devem desanimar. Este é um estímulo para que eles se dediquem ainda mais nas próximas provas”, ressalta a secretária.

E quem já está pensando nas próximas olimpíadas é Rebecca, que agora sonha com o primeiro lugar geral da Olimpíada Brasileira de Matemática, em outubro, para o orgulho do pai Ronaldo Fonseca que dá a receita do sucesso da filha. “O único legado que temos para deixar para nossos filhos é a educação. Eu cobro muito dos meus filhos que estudem, se dediquem. Eu frequento as reuniões escolares, peço para ver os cadernos, ajudo a fazer os deveres. A educação começa em casa”, afirma o funcionário público federal de 56 anos.

Ex-aluno inspira nova geração

A cerimônia de sábado teve mais um momento especial. O jovem Matheus dos Santos de Oliveira, de 19 anos, foi aplaudido de pé por todo o público presente ao ser anunciado pela secretária Maria Virgínia. E motivos para isto não faltaram. Ex-aluno da E. M. Pera-Flor, Matheus tem como conquistas pessoais as medalhas de prata na Olimpíada Brasileira de Matemática da Educação Pública de 2014, prata na Olimpíada Brasileira de Astronomia de 2016, ouro na Olimpíada de Geografia do Rio de Janeiro de 2016, bronze na Olimpíada Brasileira de Geografia de 2016 e prata na Olimpíada Brasileira de Ciências da Terra de 2016. Em 2017, Matheus foi medalhista de bronze na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas.

Tanta dedicação aos estudos resultou também na aprovação em primeiro lugar no CEFET e em segundo lugar na FAETEC. “Se estes alunos se dedicarem cada vez mais aos estudos, eles vão alcançar objetivos que talvez hoje nem eles acreditem que é possível conseguir. Eventos como a Olimpíada de Matemática ajudam no desenvolvimento dos alunos, pois tornam o estudo mais divertido e interessante”, conta Matheus.