Nova Iguaçu faz parceria com Juizado de Violência Doméstica e Familiar

Após sofrer agressões psicológicas e físicas durante três anos, Regiane da Silva, de 35 anos, deu uma basta na violência que sofria em casa e denunciou o ex-marido. Ela é uma das dezenas de mulheres que hoje contam com o apoio da Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres, órgão ligado a Secretaria Municipal de Assistência Social de Nova Iguaçu e que agora passa a ser parceira do Tribunal de Justiça através do Juizado de Violência Doméstica e Familiar de Nova Iguaçu, integrando o projeto “Escola de Homens”. Desde 2010, a escola atua na reflexão de homens autores de violência de gênero, tendo como principal objetivo a prevenção e redução da violência doméstica no município.

“Na última agressão ele quebrou meu braço. Já havia me separado há 10 meses, mas as agressões não pararam. É preciso ter força e dar um basta na violência. Consegui me reerguer e encontrei um companheiro que sabe o que é respeitar uma mulher. Eu hoje sou feliz e tenho paz”, disse Regiane.

O evento que consolidou a parceria entre a prefeitura e o Tribunal de Justiça aconteceu nesta segunda-feira (5), no Auditório da AMAERJ, no Fórum de Nova Iguaçu. Na ocasião, uma exposição de fotos e um documentário contaram histórias de superação de mulheres que foram agredidas e disseram não a violência. A mostra foi organizada pelo Projeto Peito Aberto, formado por mulheres que venceram o câncer de mama.

Além de disponibilizar profissionais para o acompanhamento psicológico, jurídico e assistencial as mulheres agredidas, a Secretaria de Assistência Social visa também o acompanhamento familiar no Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas) e o acompanhamento dos agressores usuários de drogas e álcool através do Centro Psicossocial de Álcool e Drogas (Caps AD).

“Contar com o apoio da prefeitura é fundamental para o fortalecimento do projeto, que busca a orientação e esclarecimento para que este homem não seja reincidente na agressão, seja ela física ou psicológica”, afirma Otávio Chagas de Araújo Teixeira, juiz da Violência Doméstica de Nova Iguaçu e Mesquita.

A Escola de Homens já atendeu mais de 1300 pessoas. Na prática ela funciona como um grupo de reflexão, onde os agressores recebem ajuda e orientações. Eles chegam por vontade própria ou são indicados pela justiça. Segundo o juizado, 90% dos homens que já passaram pelo projeto não voltaram a agredir. Ao todo, já foram formados 77 grupos. O trabalho é executado por profissionais facilitadores, através de uma série de etapas, como: reunião de apresentação do trabalho, entrevistas preliminares, encontros de grupo e acompanhamento final, que ao todo totalizam seis meses.

“Com o projeto, Nova Iguaçu avança e fortalece as discussões sobre a importância de instrumentos de mudança, contribuindo para o empoderamento feminino. Nossa intenção é dar visibilidade e garantia de espaço ao debate ao tema da violência contra a mulher em nosso município, além de sensibilizar a opinião pública com relação a defesa dos direitos humanos das mulheres. Acreditamos que dialogar com os homens e fazê-los refletir sobre comportamento é fundamental para a garantia dos direitos humanos das mulheres”, explica Elaine Medeiros, secretária de Assistência Social do município.

Mulheres iguaçuanas que sofrem violência doméstica podem procurar ajuda na Coordenadoria de Politicas Públicas para Mulheres, que funciona de segunda a sexta-feira , das 8h às 17h, na rua Terezinha Pinto, 297, Centro de Nova Iguaçu.

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